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#1 Frankenstein - Mary Shelley

  • T. Tavares.
  • 6 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Até onde alguém é capaz de ir pela sua ambição? Qual o limite do conhecimento? Seria a natureza humana realmente dócil, porém corrompida pela sociedade? Essas são algumas indagações que Mary Shelley nos oferece na sua narrativa em Frankenstein ou O Moderno Prometeu, que a eleva como leitura obrigatória não só para amantes da literatura gótica, mas qualquer um que deseja melhor familiarização com a subjetividade humana.


O romance foi escrito entre 1816 e 1817 e publicado pela primeira vez em 1818, sem creditar Mary Shelley (provavelmente por se tratar de uma escritora). A obra foi resultado de uma aposta entre amigos, proposta por Lord Byron, numa noite chuvosa em sua casa próxima a Genebra, Suíça, em que desafiava os então presentes Mary Shelley, seu esposo Percy Shelley, John William Polidori e Claire Clairmont a escreverem um conto de terror durante suas estadias ali, sendo Frankenstein o único a ser completo. É considerado o primeiro livro de ficção-científica.


O livro conta a história de um jovem médico fanático pelos mistérios da natureza, que parte em busca de provar para a ciência que o ser humano, assim como é capaz de tirar vidas, é capaz de dá-la. Do anseio comprobatório, nasce A Criatura, que é renegada por seu Criador por não corresponder, esteticamente, ao plano utópico que o levou a desenvolver o processo de criação. Em analogia à mitologia de Prometeu, que desafia os deuses ao roubar-lhes o fogo (que significa o conhecimento, a luz) e, Zeus temendo que a humanidade soubesse mais do que ele, condena o titã a ter, diariamente, seu fígado estraçalhado por uma grande ave, enquanto todas as noites ele é renovado, num looping de sofrimento eterno, Victor Frankenstein também é condenado por desafiar a sabedoria.


A narrativa é bem articulada, não tendo caráter pedante, o que a torna fluída e convidativa a tentar compreender os anseios de Victor Frankenstein e de sua Criatura antes de fazer qualquer julgamento cabível. Indagações como "em que momento o conhecimento afasta o ser humano de sua humanidade?" e "até onde o superficial é mais valioso que o essencial?" são peças-chave para manter a cautela e a empatia para com os personagens, no desenvolver da trama. O mais atrativo dessa leitura é o fato de que ela não está numa realidade distante da nossa; não digo isso literalmente, mas no sentido de que o verdadeiro monstro vive em nós.



"Essas narrativas inspiravam-me sentimentos inusitados. O ser humano era, a um só tempo, poderoso, virtuoso e magnificente, tanto quanto vil e cheio devícios. Tão depressa personificava tudo quanto se possa conceber de nobre e divino, quanto se transmudava na própria essência do mal" (SHELLEY, 2013, p. 120).



REFERÊNCIAS


SHELLEY, Mary. Frankenstein. Porto Alegre: L&PM, 2013.



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